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Cultura

Garimpo e omissão do governo levaram à tragédia humanitária do povo Yanomami

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A crise humanitária no Território Yanomami, maior reserva indígena do Brasil, vai exigir das autoridades ações enérgicas para que seja resolvida. O Ministério dos Povos Indígenas estima que ao menos 570 crianças tenham morrido de fome, desnutrição e contaminação pelo mercúrio em 2022.

Especialistas apontam que a tragédia é resultado direto dos cortes de recursos para a saúde indígena no governo Bolsonaro e da tomada das terras pelo garimpo nos últimos anos. Os números são estarrecedores: há 20 mil garimpeiros na região, quase o tamanho da população de 28 mil povos originários no local. Eles têm causado desorganização social e gerado problemas de segurança, dificultando ainda o acesso de equipes de saúde às regiões em que há doentes.

Existe ainda um agravante. O garimpo leva à contaminação dos rios e cria escavações no solo que geram depósitos de água em que há proliferação de mosquitos. Com isso, há um aumento muito grande nos casos de malária.

A literatura para conscientizar

O livro “Descobertas de Inaiá”, da escritora de Isa Colli, aborda todos esses problemas e aponta as soluções para cada um em uma linda história da indiazinha que saiu para descobrir o mundo do homem branco, sem nunca abandonar as suas raízes.

Inaiá vive na tribo Kambeba, na região do médio Solimões, na Floresta Amazônica. Os Kambeba, originários do Peru, também são chamados de Omágua, que significa o povo das águas. Na história, Inaiá descobre um mundo repleto de desafios e novidades quando começa a estudar em uma escola fora da aldeia. A chegada da jovenzinha no colégio novo muda a sua vida e a dos colegas de classe.

“Inaiá e os amigos aprendem, juntos, a riqueza das tradições indígenas, os problemas que esses povos enfrentam no dia a dia e a importância de se respeitar as heranças culturais de diferentes nações. Eu procuro despertar nas crianças um sentimento de pertencimento à cultura indígena, já que são os povos que já habitavam nosso país na época do descobrimento”, ressalta Isa.

Na história, a criançada irá conhecer, ainda, lendas e danças do folclore brasileiro, passadas de geração a geração pelos povos indígenas. “Se tivermos crianças conscientes, evitaremos que as futuras gerações fechem os olhos para problemas graves, como a tragédia que afeta neste momento o povo Yanomami. O que aconteceu ali foi genocídio. Não há outra palavra”, conclui Isa.

O livros Descobertas de Inaiá está disponível nos principais site e plataformas de venda como Amazon, Kobo e book.google ou no site collibooks.com

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Cultura

Lançamento Literário: Ton Felix Decodifica a Era dos Streampunks no Novo Panorama Midiático

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O renomado comunicador e acadêmico Ton Felix embarca na jornada de dissecar um dos mais significativos movimentos culturais da era digital em seu novo livro “Streampunks: Um Fenômeno Contemporâneo”. O autor, que também é professor universitário, articula um estudo sobre a ascensão e o impacto dos Streampunks — criadores de conteúdo que emergiram da plataforma YouTube, alterando irreversivelmente o mercado audiovisual e a maneira como consumimos mídia.

Felix oferece uma perspectiva única, fundamentada em sua vasta experiência e erudição acadêmica, para compreender o fenômeno dos Streampunks como um acontecimento histórico marcante. O livro percorre a história imediata, conectando as temporalidades históricas com as vivências sociais do presente e projetando luz sobre as práticas, emoções e ideologias que definem esta geração emergente.

“Minha intenção é desvendar os processos que trouxeram os Streampunks ao proscênio do palco midiático, explorando o entrelaçamento das suas práticas com longas tradições enquanto os insiro dentro do fluxo da história cultural e imediata”, explica Ton Felix. “Este livro é um método híbrido de narrativa histórica, capturando o fenômeno dos Streampunks não apenas como criadores de conteúdo, mas como verdadeiros agentes sociais contemporâneos.”

A obra traz à tona reflexões sobre a identidade fluida em uma sociedade interconectada, onde as fronteiras entre o pessoal e o público se tornam cada vez mais tênues. Além disso, “Streampunks: Um Fenômeno Contemporâneo” não se limita ao papel de cronista; ele avança em direção à interpretação e análise, contribuindo assim para a disciplina da História Imediata, uma categoria que reforça a compreensão de experiências sociais contemporâneas.

“A História Imediata nos permite analisar a contemporaneidade nas mídias e redes sociais, bem como as ações dos novos movimentos sociais das últimas décadas”, declara Ton Felix. “Meu livro encoraja os leitores a refletirem sobre os antecedentes construtores da contemporaneidade, que são reveladores das novas demandas sociais impulsionadas pela aceleração da comunicação.”

Ton Felix, com seu profundo conhecimento interdisciplinar que abrange desde a produção de imagens em fotografia e audiovisual até relações internacionais, encontra-se excepcionalmente equipado para liderar discussões sobre como a comunicação e a educação se entrelaçam para moldar o futuro.

“Streampunks: Um Fenômeno Contemporâneo” se revela uma leitura cativante e essencial, uma crônica do tempo que vivemos, e é particularmente indicado para quem busca compreender os novos desafios e potenciais do mundo contemporâneo da comunicação e da educação.

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Cultura

Acontece até domingo na capital paulista o projeto ‘O rio que nasce na minha cabeça’ que mostra a importância afetiva e ambiental dos rios

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Uma série de leituras de obras literárias e expressões artísticas são realizadas em praças, escolas e bibliotecas públicas

A importância afetiva e ambiental dos rios é o tema do projeto ‘O rio que nasce na minha cabeça’, que promove a leitura de obras literárias e expressões artísticas em praças, escolas e bibliotecas de São Paulo, com atividades gratuitas dias 27 e 28 de abril.

As experiências culturais vão girar em torno de leituras que aproximam o público dos rios e que fazem parte de um acervo selecionado com mais de 40 livros para a infância. Entre eles, ‘Fio de Rio’, de Anita Prades (cujas ilustrações foram selecionadas para a Bienal de Bratislava); ‘Um dia, um rio’, de Leo Cunha e André Neves, ‘Meu Avô Apolinário’, de Daniel Munduruku; ‘Um Dia Feliz”, de Patricia Santana e Carol Fernandes; ‘Falo como um rio’, de Jordan Scott e Sydney Smith; e ‘A história das crianças que plantaram um rio’, de Daniel da Rocha Leite.

Obras voltadas ao público adulto, que usam os rios como tema, também fazem parte do repertório literário. Entre os autores, estão Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Gabriel García Márquez, Eduardo Galeano e Mário de Andrade. “Dessa forma, vemos e partilhamos o livro como arte, lado a lado com outras linguagens e materialidades”, argumenta Mariana Fujisawa, artista visual e uma das mediadoras do projeto.

O projeto é aberto ao público e acontece na biblioteca Camila Cerqueira César (zona oeste), no dia 27, e no recém-inaugurado Parque Linear Água Podre-Ypuera, dia 28. “O parque acabou de ser inaugurado e o público do entorno ainda não conhece. Levar o projeto para lá é uma forma de divulgar e prestigiar o espaço, que é fruto da luta pela proteção das nascentes do córrego Água Podre”, diz a educadora Juli Codognotto, idealizadora do projeto. No evento do dia 28, a organização doará livros para os participantes e para o parque, iniciando uma biblioteca comunitária no espaço.

“Queremos instigar o desejo e o prazer da leitura em infâncias de todas as idades e despertar, por meio do fluxo dos rios, o fio da memória e costurá-lo com aquele fio que guia nossa imaginação até o futuro.” O projeto de Juli Codognotto foi contemplado pelo edital PROAC 24/2023, de Produção e Realização de Projeto de Incentivo à Leitura.

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Cultura

Grafiteira baiana Andressa Monique lança obra Dengo de Mãe

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A experiência da maternidade não é igualitária para todas as mulheres e precisamos desmistificar isso, quando falamos de violência obstétrica atrelada ao racismo, acesso ao pré natal as mulheres negras são as que mais sofrem nesse período tão importante que é a gestação. É práxis nas maternidades Brasileiras com pequenas exceções, darem menos anestesia na hora do parto as mulheres negras pois as consideram mais fortes a dor no momento do parto.

Mas essa é uma problemática que vem desde o período de escravização no Brasil, as mulheres negras sequestradas do continente africano não cumpriam somente funções do trabalho doméstico e nas lavouras, seus corpos eram usados para gerarem mais escravizados através da violência dos traficantes de escravizados e essas mulheres ainda tinham que alimentar com seu leite os filhos e filhas das sinhás, ainda hoje no séc. XXI diversas mães negras deixam seus filhos e filhas com tias, avós, vizinhas e em alguns casos até em casa sozinhos por não ter rede de apoio, para ofertar sua mão de obra cuidando e criando filhos de outras mulheres que trazendo o recorte racial dessas mães a grande maioria são mulheres brancas que saem para trabalhar, estudar dentre outras atividades.

A obra foi elaborada pela artista Andressa Monique que é mãe residente da cidade de Salvador -BA, com título: DENGO DE MÃE, dengo é uma palavra que tem origem africana “ndengo” da língua Quicongo e significa carinho, aconchego e afeto. Como forma de prestar uma homenagem a todas as mulheres negras mães que foram obrigadas a renunciar a maternidade para criar os filhos de outras mulheres, com desejo de que todas a mulheres negras possam criar seus filhos com rede de apoio, sem medo, com menos violência, que essas mães possam dá aos seus filhos e filhas todo amor e cuidados que suas ancestrais foram obrigadas a renunciar. E que os moradores do local onde a pintura será realizada sintam esse amor e acolhimento através dessa pintura.

O graffiti é uma arte que tem na sua base pessoas negras como criadoras dessa linguagem artística, que dialoga com as cidades e comunidades brasileiras retratando a realidade do nosso cotidiano e revitalizando os espaços trazendo cor e mensagens através das obras elaboradas. A pintura será realizada utilizando materiais de excelente qualidade garantindo assim sua durabilidade e com uma esquipe de profissionais que já possuem experiência em trabalhos em grandes dimensões.

Sobre: Andressa Monique, nascida em Salvador – BA na comunidade do Beiru, MÃE, Dona de casa, grafiteira, ilustradora e arquiteta e urbanista. Seu trabalho busca uma reconexão de sua ancestralidade através da representatividade de mulheres negras e com a representação de divindades das religiões afro-brasileiras, pois enxergar seu trabalho como um instrumento decombate ao racismo através do graffiti. Em 2023 foi uma das artistas selecionadas no MAR –Museu de Arte de Rua de São Paulo, Participou do MICBR- Mercado das Indústrias Criativas do Brasil em Belém – PA, sendo uma das representantes do setor HIP-HOP. Foi uma das artistas selecionadas no 1a Prêmio Pretas Potências na categoria Artes Visuais – Graffiti. Em2021 recebeu o prêmio pela Frente Nacional de Mulheres no Hip-Hop na Categoria Graffiti. Em 2019 participou da circulação artística e educativa – Bahia – Moçambique – Projeto Griots (Edital de Mobilidade Artística da Secretária de Cultura do Estado da Bahia) realizando oficinas educativas de graffiti. Atualmente é aluna no curso de Pós Graduação pela Universidade do Estado da Bahia em Gênero, Raça, Etnia e Sexualidade na Formação de Educadores. Formada em Arquitetura e Urbanismo em 2018, é Pedreira Polivalente pelo Senai em 2019, integrante do Coletivo Preta Arquitetura, foi Aluna Especial no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – FAUFBA em 2018. Já participou de algumas mesas como palestrante: 2018 -Salvador e Suas Cores Cidades da Diáspora Negra-Laços África Brasil com apresentação de artigo com o tema: O graffiti e a religião afro-brasileira na cidade de Salvador–FAUFBA. 2018.

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